Revista do Turismo – Negócios e Eventos

O Brasil competitivo

Paulo Senise, Diretor do Instituto Brasil Convention & Visitors Bureau

Não é difícil planejar uma apresentação que mostre o Brasil para uma plateia formada por turistas em busca de ideias para suas próximas viagens de lazer. Quem é do ramo conhece bem a receita. Doses generosas de belíssimas imagens das belezas naturais, trilha sonora consagrada, a diversidade de atrativos e as inúmeras opções de lazer e atividades físicas, um cardápio variado da gastronomia e, com destaque, a hospitalidade do povo brasileiro.

No entanto, planejar tal apresentação para público formado por profissionais que tem a responsabilidade de recomendar, contratar e entregar o produto turístico, a receita exige muito mais, como bem sabem os diretores de C&VBs e profissionais do turismo receptivo. Esta outra plateia quer saber a quantas andam a segurança nas cidades turísticas, a capacidade e frequência da malha aérea, a oferta hoteleira, o transporte local, a qualidade dos serviços prestados em idiomas estrangeiros. E para segmentos mais especializados como o M.I.C.E. que trata de viagens para reuniões corporativas, programas de  incentivo, congressos e eventos, a expectativa é ainda maior e inclui detalhamento da oferta de espaços em hotéis, centros de convenções, prestadores de serviços e opções de visitas técnicas.

Comum a todas as plateias, no entanto, um fator muitas vezes decisivo é o preço desses ingredientes em comparação ás receitas semelhantes em outros destinos igualmente atraentes. Aí entram componentes, alguns fora de controle do setor como a taxa de câmbio da moeda local quando convertida em moeda estrangeira, geralmente com base no dólar norte americano. E neste quesito, cabe ao setor a busca por atrativos complementares que apresentem benefícios diretos ao consumidor internacional e estímulos ao comércio local. Neste quesito, encaixa-se perfeitamente o programa TAX FREE, ora em processo de aprovação no Brasil. Funcionando desde 1980 e hoje em 63 países ao redor do mundo, o programa tem a capacidade de transformar o pequeno varejista em exportador, direto às mãos do consumidor internacional, dando a eles o benefício da devolução do montante equivalente aos impostos aplicáveis ao comércio, tais como o ICMS, IPI, PIS E COFINS. Na Argentina o Tax Free existe há 22 anos. No Uruguai, ele se aplica também ao consumo de alimentos e bebidas com desconto direto na conta.

No Brasil, o projeto desenvolvido pela MONEX PAR foi aprovado na Câmara dos Deputados pela Comissão Especial de Turismo e na Comissão de Finanças e Tributação e foi encaminhada á CCJ onde aguarda nova audiência pública em função de pedido de vistas solicitado pelo representante  do Governo Federal. Com aprovação unânime entre representantes dos setores de turismo e comércio, o projeto está bem encaminhado em alguns Estados para aprovação local.

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